Novos letramentos e as habilidades do século 21

O debate sobre novos letramentos e habilidades para o século 21 me contextualiza como uma professora graduada em 2017, que atua em 2024 num cenário pós pandêmico, e também, alguém que nasceu nos anos 90, o que diz muito sobre minha relação com a tecnologia.

Nasci um pouco antes antes do Google, passei a infância brincando raramente no computador enorme e barulhento que meus pais tinham, tive meu primeiro celular com funções limitadíssimas aos 14 anos. Sinto que somos de uma geração que cresceu acompanhando o avanço tecnológico que temos hoje. Somos a última geração que cresceu longe de uma tela. As minhas memórias da escola incluem os mapas que a professora de geografia levava para a sala, a ida ao laboratório de ciências para, o rádio e CD de áudios da professora de Inglês, me comunicar com os amigos através de bilhetinhos de papel. Hoje, podemos ter tudo isso em um só aparelho, o tempo inteiro. Hoje, enquanto professora, é extremamente desafiador reproduzir em sala de aula algo tão diferente daquilo que era referência de ensino e ambiente escolar para mim.

Longe de ser saudosista e afirmar que "no meu tempo era muito melhor", a tecnologia é um grande suporte para o professor e pode ser uma poderosa ferramenta de ensino e aprendizagem. Porém, não basta apenas aplicar sistemas antigos em aparelhos novos, é necessário que haja adaptação como um todo.

Como professores é necessário que tenhamos letramento digital suficiente para usar aparelhos digitais tanto de forma técnica - o que acaba nos aproximando dos alunos que muitas vezes tem mais habilidade que nós, então nos ajudam e tomam seu lugar de protagonista do seu processo de aprendizagem - quanto de métodos e metodologias para adaptar o ensino de cada conteúdo à nova realidade.