Quando falamos em tecnologia, alguns estigmas e estereótipos vem em nossa mente, como o fato de que jovens tem muito mais habilidade tecnológica do que adultos ou idosos, por exemplo. Por um lado, é verdade que jovens que já nasceram inseridos num contexto digital tenham mais facilidade de lidar com aparelhos e ferramentas digitais. Por outro, não podemos confundir essa habilidade com letramento digital, pois este conceito engloba muito mais fatores do que apenas usar um aplicativo, por exemplo. Ser apenas um usuário e agente passivo das plataformas e aplicativos disponíveis não torna um indivíduo letrado digitalmente e, para que possamos trabalhar com a tecnologia a favor a educação como uma ferramenta importante de ensino aprendizagem, é necessário que alunos e docentes se tornem mais do que consumidores do que já está pronto e disponível, mas críticos e criadores de novos conteúdos e plataformas. Mas como isso pode se tornar realidade no contexto educacional?
Para ajuda o professor nesta tarefa, foi criado o "Framework DigCompEdu" (Digital Competences of Educators). Através deste conteúdo, nós podemos analisar o nível de proficiência digital (de A1 à C2) em que nos encontramos em cada uma das seguintes áreas: profissional, recursos digitais, ensino e aprendizagem, avaliação, capacitação dos aprendentes e formação. Desta forma é possível identificar os caminhos que já percorremos para nos tornarmos digitalmente letrados e quais ainda são necessários para avançarmos.
Eu por exemplo, na área profissional no quesito 'comunicação institucional, me considero líder (equivalente ao nível C1), pois dentro do meu contexto profissional consigo avaliar e discutir estratégias de comunicação de maneira colaborativa. Fazendo uma auto avaliação crítica, para ser pioneira (equivalente ao nível C2) , ou seja, ser capaz de refletir e redesenhar estratégias de comunicação, acredito que precisaria dedicar mais tempo para estudar novas plataformas e suas funções, ou até mesmo estudar mecanismos para criar uma plataforma adequada para a atuação no meu atual contexto. É , portanto, papel do docente no novo contexto digital estudar, se apropriar e levar para a sala de aula o uso de tecnologias em favor do ensino e aprendizagem, demonstrando para seus alunos a importância do letramento digital e não apenas o uso, por si só, de plataformas digitais ou aplicativos.
Ananda, achei muito importante você mencionar sobre a auto avaliação crítica. Acredito que nós como professores, devemos sempre estar nos auto avaliando e refletindo a nossa prática, afim de entender quais são as necessidades que estamos enfrentando e como podemos estuda-las para aprimorarmos nosso agir em sala de aula. Com o uso de tecnologia não é diferente, sendo assim, concordo com o seu posicionamento sobre o papel do professor em frente as tecnologias digitais e nosso estudo sobre a utilização e funcionalidade das mesmas.